AQUELA DOENÇA

17/08/2011 09:35

Mesmo apresentando negações no corpo, ficar doente tem um lado bom (um, dois, três...).

"Acordo meio zonzo, levanto com mamãe "paparicando" e oferecendo-me vários tipos de café da manhã. Doença permanece, mas o carinho da mamãe é bem maior do que qualquer dor. Não vou para escola, acordo bem cedinho (dia de aula e final de semana me dá uma preguiça que só) e começo a olhar o movimento da rua. É algo bem "diferente": vejo coisas que não estou acostumado a ver por acordar tarde ou passar a manhã no colégio; o vento mais forte, o sol bem fraquinho, pessoas novas tendo outras ações; rotina diferente. E eu estou ali, naquela manhã tomando o meu Nescau e visualizando tudo. De repente bate aquela ideia de escrever, de descrever para vocês como é bom ser feliz mesmo estando doente. Olhando a janela da frente do quarto vejo pessoas mais felizes, gente bonita conversando, trabalhadores urbanos fazendo seu papel. És um bom dia! Diante dessa manhã linda que as palavrinhas mágicas fazem de ti uma pessoa com mais personalidade. Olho para longe e vejo aquelas casinha lá no fundo, todas iluminadas, bem amarelinha, por esse lindo sol. Vejo aquela senhora em pé, com a mão na cintura depois de estender suas roupas vendo o movimento: passa compras, passa moto e passa carro. Na janela do fundo vejo telhados, varanda e um céu cheio de nuvens (até parece que está querendo me mostrar alguma coisa). Olha, uma arraia!" 

Sei, nem sempre será a mesma doença e nem desejo ficar doente. É desse espetáculo que quero presenciar novamente. Então penso: "Se tudo que hoje vi foi tão belo repetirei amanhã, mesmo sabendo que serão rotinas diferentes e pessoas diferentes".


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